terça-feira, 23 de outubro de 2012

#LaBelleVille

- This is unbelievable! Look at this! There's no city like this in the world. There never was. 
- You act like you've never been here before. 
- I don't get here often enough, that's the problem. Can you picture how drop dead gorgeous this city is in the rain?


É... Paris é amor à primeira vista – mesmo que a primeira vista tenha sido embaixo de chuva, com vento e frio. Ainda assim: é Paris. 

Aliás, impossível pensar na viagem de sábado e não me sentir no filme Meia Noite em Paris (Woody Allen, 2011), de onde tirei o trecho que inicia esse post. Impossível não sentir a paixão do personagem Gil pelas ruas da cidade e pelos passeios à pé durante o dia, durante a noite, com sol ou chuva. Paris é Paris. Capital da Europa? Bom, preciso antes dar uma conferida em Londres pra fazer essa afirmação.

Fato é que as poucas horas que passei na cidade e os poucos lugares que visitei foram suficientes para confirmar tudo o que dizem de Paris. Um tapa na cara da pessoa que achou que era só mais um cliché europeu. #eu

O que posso dizer da Paris de um dia? Primeiro que isso não é tempo suficiente nem mesmo para começar a conhecer a cidade! Mas vamos lá, primeiras impressões (já que certamente voltarei lá para conhecer tudo a que tenho direito).

Antes, um background: A viagem foi organizada pela universidade – o que significa um preço bom, uma diversidade de nacionalidades e, é claro, acordar muito cedo! Apesar disso, foi bom fazer uma visita guiada pela primeira vez na Europa. Na verdade, um city tour por Paris pelos principais pontos da cidade.

O tour começou por uma parte de Paris que eu não imaginava que existia: La Défense. É o centro financeiro, que fica no extremo ocidente da cidade, ao longo do Eixo histórico que começa no Louvre, segue pela Champs-Élysées, atravessa o Arco do Triunfo e segue até chegar nesse distrito. A sensação ao passar por lá é de que eu estava num daqueles filmes americanos: um jeca chegando à cidade grande. Na verdade, a uma das grandes metrópoles americanas, cercada por todos os lados de arranha-céus de vidro e aço, num grande circuito de auto-estradas.

Paris moderna!
O nome é uma homenagem àqueles que defenderam a cidade na guerra franco-prussiana em 1870. O mais interessante nesse distrito é que ele é constituído por várias gerações de prédios, que seguiam morfologias idênticas em cada época. As torres e prédios ditas de primeira geração, ou do primeiro plano, por exemplo, tinham todas a mesma base de 42 x 42 m e eram limitadas a uma altura de 100 m. As construções da segunda geração já possuem base e altura maiores, e, as de terceira geração, ao contrário, eram menores e menos largas. O interessante nisso é que o tipo de construção seguia bem o cenário vivido na época: crescimento econômico demandava expansão e edifícios mais suntuosos, enquanto em momentos de crise, tudo era mais modesto – teve inclusive uma época em que a coisa estava tão feia que não foi vendido nem um metro quadrado sequer - em um ano inteiro! #tempodevacasmagras

Próxima parada: Não. Antes de parar fizemos um passeio de ônibus pelo Eixo Histórico. Saindo de La Défense, fomos para o que eu tanto ansiava por ver: o Arco do Triunfo e a Champs-Élysées! A única coisa que lamento é não ter descido aí e ter feito todo o caminho à pé. Mas mesmo do ônibus, tudo é absolutamente encantador! Cada ângulo, cada monumento desperta memórias de uma parte da história... é como se entrássemos dentro dos livros, revivendo as conquistas de Napoleão - obviamente não há nada sobre a sua derrota (Ah, isso me lembra que no caminho passamos por Waterloo, onde as tropas de Napoleão foram finalmente derrotadas. Mas estava escuro, não deu pra ver nada...).

O símbolo das conquistas Napoleônicas.
Mas não sei o que é mais incrível, se as esculturas em si ou o fato de toda a cidade seguir sempre o mesmo estilo arquitetônico para manter a harmonia do cenário. As avenidas partem radialmente do ponto onde está o arco do triunfo e dos dois lados de cada avenida percebe-se uma simetria incrível! 

Tudo tão simétrico! Parece desenhado.
E a Champs-Élysées... Ah! La plus belle avenue du monde!. Provavelmente um dos ares mais caros de se respirar! Dá até vontade de virar madame/perua só pra poder andar por aquelas lojas, carregadas de sacolas! Ok, o meu motorista poderia carregar. #sonharnãocustanada. Quando eu voltar em Paris vou parar lá só pra tomar um café, olhando pro nada!

Passeando pela avenida, passamos pelo Grand e Petit Palais e chegamos à Place de la Concorde, onde fica o Pirulito da Praça Sete Obelisco de Luxor (egípcio) e ao Jardin de Touleries. Uma passadinha rápida pela igreja de St. Etienne e pela Galeria Lafayete e voilà, estamos na Tour Eiffel.

O único lugar na Galerie Lafayette onde eu talvez consiga comprar alguma coisa!
La Tour!

Particularmente não é um dos meus pontos turísticos de Paris, mas é bonita. Mais ainda, eu diria, quando se passa por baixo dela e vemos toda aquela estrutura. De noite dizem que é maravilhosa e que a vista lá de cima não se descreve, mas isso ficou pra próxima viagem a Paris.

Acho a torre muito mais bonita desse ponto de vista. Detalhe pra pose do japa!
O Champ de Mars, que fica entre a torre e a L´École Militaire foi a nossa parada pra tirar foto com a torre. Mas o mais legal era a quantidade de noivos que estavam lá tirando fotos! Sério, estava chovendo, a grama enlameada e aquele monte de vestidos de noiva branquinhos!!! #nãocombina. Mas lindo, realmente lindo. Como tudo em Paris. (Tirando a pequena favelinha que o guia do ônibus fez questão de mostrar. Achei legal da parte dele mostrar que nem tudo são flores lá.)

Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, faça sol ou faça chuva.
Da Tour Eiffel fomos finalmente para a parada definitiva: o subsolo do Museu do Louvre! Oui, oui! Foi daí que todos partiram para as suas poucas horas de turismo em Paris. Como o tempo era pouco, nem cogitamos entrar no Louvre – pretendo reservar ainda um dia inteiro pra ver tudo o que tenho direito! Só tiramos fotos de lá (antes e depois do passeio, fotos que podem ser diferenciadas facilmente pela cor do céu!).

De volta ao Código da Vinci?
Visitamos algumas lojas de souvenirs, comparamos preços e não compramos nada! Mentira, um cartão postal! A verdade é que deixamos pra fazer compras no final, só que não deu tempo. Anyway, andamos pela cidade, em direção à Cathédrale Notre-Dame de Paris. Eu detesto chuva, né? Mas era Paris! Prédios, pontes, Rio Sena… e ao chegar à Catedral, wow. A única coisa que se assemelhava a ela, pra mim, era a catedral de Bruges, mas como estou escrevendo esse post depois de tê-la visitado novamente, não posso mais dizer isso.

Um passeio pelo Sena?

Eis a Catedral!

A dona tava alimentando os pombos na frente da igreja. Ela me lembra a velhinha do parque em Esqueceram de Mim (aquele no Natal em NYC)
O interior da Catedral.
Passei um bom tempo na catedral – e nem havia como ser diferente! Afinal de contas, é um dos grandes marcos de Paris, da história da França, do Catolicismo e é o cenário de um dos romances mais famosos de Victor Hugo: O corcunda de Notre-Dame – a história do quasídomo sineiro da catedral, que habitava em uma das torres e que se apaixona por uma cigana, Esmeralda. Sendo completamente sincera, era o único filme da Disney que eu não gostava – talvez porque a história fosse muito triste. A verdade é que quando criança era impossível perceber o quão profunda é história desse homem, com feições deformadas e membros distorcidos, mas que, mesmo humilhado, é sensível às manifestações de beleza em todas as suas nuances. #profundo

Depois de muitas horas na Catedral, e com o nosso tempo já se esgotando, desistimos da ideia de ir para a Champs-Élysées e fomos então para o Pantheon. Novamente: Wow! Logo depois de passar pela Sorbonne, viramos a esquina e Voilá! Me senti no Código da Vinci, reparando em todos os detalhes do exterior do prédio. Eu queria entrar, mas achei que não valia à pena com o pouco tempo que tínhamos (além disso, com a ID da Bélgica eu posso entrar lá de graça! – mas ainda não tenho...). Qual o motivo do meu encanto pelo Pantheon? Ele é simplesmente monumental! E a sua estrutura, seguindo o estilo neoclássico, se destaca nos arredores e impressiona pela representação da pureza e dos valores gregos. Mas vou cortar por aqui essa parte, porque espero escrever mais sobre ele outro dia!

"Aux grands hommes, la patrie reconnaissante.", homenagem à pátria francesa e aos heróis aí enterrados.

Mas não é que saindo do Pantheon, o sol resolveu dar o ar da graça? E Paris se iluminou! #brega. Pra completar o passeio por aqueles lados, demos uma passadinha no Jardin du Luxembourg. Só um jardim. #sóquenão. É o maior parque aberto ao público na cidade e onde fica o Palácio de Luxemburgo, sede do senado – na verdade, só virou senado depois da Revolução Francesa; antes era a residência real, tendo sido construído em 1600 e qualquer coisa pela rainha D. Maria de Médices. Hora de tirar muitas fotos e aproveitar aquele cenário de outono ensolarado, depois de um dia de chuva!


Here comes the sun!

Cadeiras estrategicamente posicionadas.
Depois disso tudo, só sobrou tempo pra voltar correndo para o nosso ponto de encontro. O jeito foi voltar ao Louvre e tirar mais fotos! Mas Paris ficou com um gostinho de quero muito mais. Aguardem!



That Paris exists and anyone could choose to live anywhere else in the world will always be a mystery to me.

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