domingo, 28 de outubro de 2012

#OlympicGames2016


O meu mais novo projeto aqui: me tornar esportista! A verdade é que eu sempre quis fazer algum esporte, mas nunca tinha tempo. Aproveitando que aqui isso não falta e que a maioria dos esportes é de graça, resolvi acrescentar algumas aulas e atividades extras no meu horário: judô, taekwondo, capoeira, esgrima, spelunking (cavernismo), tênis e vôlei. É quase a mesma quantidade de matérias que eu faço na faculdade! =)

E tudo começou com a esgrima: eu sempre quis fazer e teve uma época que eu até vi que tinha na UFMG, mas era no horário de almoço e por algum motivo (estágio, Mult ou iniciação), eu não podia fazer. Assisti o máximo de duelos que consegui das Olimpíadas de Londres e só aumentou minha vontade de fazer. Afinal de contas, parece tão chique! #bruneteaprova.

Fomos na primeira aula (Geruza, Klayton, Laís e eu) e achamos o máximo – apesar de termos quase morrido só com o aquecimento e já aí ter levado dois tombos. Mas é um esporte elegante e todos os comandos são em francês! Nessa aula só tem nível iniciante, o que é ótimo, mas um dos profs insiste em pegar mais no pé da gente que no do resto!

Coladinha na aula de esgrima temos o Spelunking – vulgo técnicas para exploração em cavernas. Mais uma vez os quatro estão na aula, que por enquanto consiste em técnicas de corda (rapel): saber colocar os equipamentos, subir e descer sozinho, trocar de cordas no meio do caminho, começar a subir e no meio resolver descer... sensacional. No fim eu comento mais sobre o Spelunking... muito ainda por vir!

Bom, mas esses dois são esportes de quarta! Deixe-me voltar para o início da semana: segunda é dia de judô e taekwondo, com Geruza, Klayton e Matheux. Era pra ser dança, mas de última hora vimos que tinha que pagar, então trocamos para o judô, que era no mesmo horário. A única coisa que curti no judô foi o combate no chão (Aprendi a imobilizar alguém!!!). Em pé a coisa não deu muito certo - é muito difícil jogar alguém no chão! E o pior é que tem aquecimento antes e depois – MUITO AQUECIMENTO! Na primeira parte eu não consegui fazer os rolamentos, na segunda eu dei o migué na hora de fazer flexão.

Saindo do judô – na verdade nem precisa sair da sala – já fomos para o Taekwondo. Eu já estava cansada e o prof começa com aquele monte de aquecimento. O legal de ter muita gente é que ele não presta atenção se estamos ou não fazendo os exercícios. Nessa aula o Pedro se juntou à gente e já estava reclamando logo no início. E a gente chutou de frente, chutou de lado, chutou de costas, pulou e chutou... fingiu que chutava com uma perna e chutou com a outra! UFA! E ainda é misturado com a galerinha mais experiente! Haja paciência até a gente aprender (Mas levei dois chutes nas costelas de um faixa branca com ponta amarela).

Terça é dia de karatê capoeira. Era pra ser karatê e estávamos na porta esperando, mas só entrava gente com kimono... e os únicos que estavam com roupa normal eram japas! Desistimos na hora e resolvemos ir pra capoeira. Afinal, tem como a gente ser pior que os belgas na capoeira? Tem! Ah, se tem! Falta coordenação motora! A ginga eu até consigo fazer, mas dar estrela, pular pra um lado, pro outro, jogar a perna... ah não! Mas foi divertido! Tinha convidados do Brasil e eles falavam em português e os belgas não entendiam nada! Companheiros de capoeira: Geruza, Klayton e Laís.

Da quarta eu já falei, então vamos pra quinta. Quinta é dia de Tênis! Não aula, porque é muito caro. Somos autodidatas! Eu, Geruza e Klayton até compramos raquetes. Pra entenderem como eu sou entendida do assunto, comprei uma raquete de criança! Em minha defesa: era leve e muito mais barato! E depois eu fui ler e estava escrito para maiores de 12 anos: nada errado, certo?! As regras do jogo eu conheço, só falta técnica! Mas pelo menos foi divertido. Eu a Geruza perdemos um set para o Klayton por 6 games a zero – se bobear em 5 desses games a gente sequer marcou um ponto!

E chegou a sexta! Dia de vôlei! Novamente, fomos jogar sozinhos, sem instrução, porque afinal de contas é vôlei, né, todo mundo sabe jogar. #soquenão. Geruza, Klayton, Tati, Rodrigo e eu – isso porque tinha mais uns três que iam, mas perderam a hora ou se perderam no caminho. Teria sido melhor se tivéssemos ido jogar vôlei de praia... não pelo número reduzido de jogadores, mas pelo fato de que chegaram vários velhinhos na quadra e ficaram rindo do nosso jogo... E a gente ficou intimidado, então o que dava pra piorar no jogo a gente piorou.

E qual o saldo da semana? Bom, descobri vários músculos que eu não sabia que tinha! Dói tudo, e eu ainda tenho vários hematomas pelo corpo – resultado de tombos e chutes. Mas o melhor ainda não contei...

Eu falei do Spelunking, né? Bom, a galera que faz cavernismo aqui em Leuven tem um clube – o Spekul, que tem cerca de 80 pessoas, segundo me disseram – e todo final de semana (ou quase todos) eles saem pra alguma caverna. Lógico que nós, marinheiros de primeira viagem, nos inscrevemos pra ir a uma caverna nesse domingo. (Fofinhos!!! Nessa o Marcão não passava nem na entrada!)

Temperatura amena de 0ºC antes de entrar na caverna.


Apesar de não termos muita técnica ainda, disseram que era uma caverna fácil. Fui achando que estava indo numa caverna for kids, mas como me enganaram! Sobe, desce, engatinha, levanta, escorrega, se arrasta de barriga pra cima, se arrasta de barriga pra baixo, apoia o pé na parede, apoia o pé do teto, segura aqui, entala ali... e cai, claro! Tinha uma descida muito estreita (e alta) na qual a instrutora falou que eu tinha que ficar ‘gordinha’ pra me apoiar nas paredes e descer devagar. Funcionou bem nos primeiros cinco segundos, até a hora em que tirei o pé que estava preso e caí lá embaixo. Mas caí em pé e com isso descobrir que cair é sempre o meio mais rápido de chegar. #sempreaprendendo

Mas apesar do estado deplorável das minhas roupas, dos mais novos hematomas e das dores que devem aparecer amanhã, foi muuuito legal! Agradecimentos especiais aos companheiros de caverna, Geruza, Laís e Klayton, que superaram aracnofobias, medo de altura (esqueci o nome) e o sedentarismo!

E olha como terminou! Detalhe pra cor da calça da Laís e pra cara de felicidade da Geruza!

E a frase da semana é: Estudar é que é fácil, viu.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

#TheWinterIsComing

Os leitores de George Martin com certeza sabem o que isso significa. Sim, o inverno está chegando. Eu podia até dizer que o inverno com o qual estou acostumada no Brasil já chegou faz tempo aqui! Mas nem todo esse frio “fora de época” tira o brilho do Outono. Outono de verdade! Folhas amarelas e vermelhas caindo no chão, sobre a grama verdinha! De longe essa já foi classificada como a minha estação do ano favorita. A única coisa chata é que eu saio de casa às 8h pra ir pra aula e ainda está escuro! #QueroHoráriodeInverno. E claro, a chuva, que é presença confirmada todos os dias.


Árvore na frente do prédio da Engenharia Química na semana passada.

A mesma árvore hoje.

Mas já que eu falei em aula, mais do que na hora de tirar a impressão errada de que eu vim pra Europa só pra viajar, né? Afinal de contas, a Dilma está pagando pra eu estudar aqui!

Do meu plano original de disciplinas, tive que mudar a metade. Onde já se viu escolher as matérias antes de saber o horário de cada uma? Estava na cara que ia dar errado. E deu. No fim, fiquei com 8 – mais do que eu pretendia e mais do que eu já fiz em qualquer semestre na UFMG.

Tentei escolher coisas que eu não tinha na minha home university. Na verdade, foi bastante complicado escolher, já que estou no 10º período e não sou das mais chegadas em Engenharia Química (se é que me entendem).

Engenharia Química em dutch. Achei simpático.

Primeiras impressões das aulas:


Water Technology

Eu lembro que uma vez tentei pegar uma matéria como essa na UFMG. Era da civil, mas depois que vi que apenas cinco pessoas estavam matriculadas nela e que conferi o naipe dos slides do cara, desisti. Achei que era esforço demais. Mas a ementa aqui parecia legal. Bom, é tratamento de água! E o professor é um personagem à parte. Professor Bart Van de Bruggen. Tenho medo só do nome dele! Mas assim que vi que era Bart, lembrei logo do Rodrigo: o orientador dele aqui se chama Bart e, por causa do sotaque do Paraná, ele sempre diz Barty. E as pessoas riam dele, coitado! Porque Barty já é intimidade demais, né? Mas voltando ao Barty, ele é a cara do Edward Mãos de Tesoura, e ainda passa toda a aula mexendo mas madeixas (tem um cabelo até o queixo). Cabelo bom, tipo de comercial. Mas ele tem mania de chegar atrasado. MUITO ATRASADO! Teve um dia que fez o cúmulo de mandar um e-mail pra gente na noite anterior e dizer que a gente podia dormir 15 minutos a mais. Obviamente eu não vi esse e-mail, cheguei no horário e ele demorou 40 minutos pra chegar: além do atraso previsto, rolaram mais alguns minutinhos. Chegou com o cabelo todo bagunçado. O legal é que no final da aula já estava todo ajeitado, de tanto que passou a mão durante a aula.

É a única matéria na qual eu tenho um trabalho pra fazer, em dupla! #VamosLáKlayton. O ruim é que ele marcou a apresentação pra semana que eu ia voltar pro Brasil, pra minha formatura... #meferrei.


Waste Water Treatment Technology

De alguma forma isso me lembra o Marcão... #nostalgia. Bom, pelo menos me lembro de um calhamaço que ele deu pra gente no Teco sobre o assunto. (E tinha uma história profunda da Turma da Mônica!)

Comecei perdendo a primeira aula. Não, não foi culpa minha! Eu e todos os alunos de EQ ficamos meia hora na sala esperando, mas nada do prof aparecer. Na aula de Water Technology, o Barty chegou pra gente e perguntou: ”Quem aqui faz aula de Waste Water?” (Sim, ele também é professor dessa matéria). Metade da turma levantou a mão. “Tem algum motivo pra vocês não terem aparecido na aula ontem?” #ouch. Minha vontade era responder: “Oi? Eu estava lá, você que não apareceu”. Felizmente um coleguinha belga fez isso, mas de um jeito mais sutil. Aparentemente o sistema nos enganou e nos mandou pra sala errada. Só os alunos da bioscience chegaram lá. Ok, mas o Barty não dá essa aula sozinho. Na verdade, até hoje só tive aula com a Smeds: Mulher séria e me lembra a Sprout, do Harry Potter, só que mais alta e magra. A matéria tem muita biologia e os slides são azul cobalto com letra amarela: ou seja, minha atenção foi pro espaço.


Air Pollution and Control

Quase achando que eu estou fazendo ambiental aqui... Anyway... essa é a matéria do Tom (eu não posso chamá-lo assim, mas também não sei qual o sobrenome dele), pessoa super simpática que logo no primeiro dia já perguntou de onde eu e o Klayton éramos e quando dissemos “Brasil” ele perguntou se era do Ciência sem Fronteiras. Fiquei com medo de perguntar como ele conhecia o programa! Mas ele já terminou a parte dele da matéria – uma mistura de Controle Ambiental com a Piu-Piu e OPA com a Kátia! Ah, Kátia! Saudade!

Foco! O Tom é um professor bacana e como essa era a primeira vez que ele dava a matéria, estava sempre perguntando se o ritmo estava bom, se estávamos entendendo... e sempre vinha a Hermione e detonava o cara dizendo que eles já tinham visto alguma coisa que ele estava ensinando. Menina chata. Implicância a primeira vista! 

Bom, na despedida dele, nessa semana, pediu pra gente escrever um feedback e fez questão de frisar que tinha que ser em inglês pra que a única pessoa que só falava inglês não fosse identificada: vulgo eu!. E quem substitui o Tom? Lá vem o Barty, Barty aqui, Barty acolá! #perseguição


Advanced Separation Processes

Foi uma das últimas que eu coloquei na minha grade. Um doce pra quem advinhar quem é o professor!!! Barty, mais uma vez! Hahaha! Até hoje só tive aula com ele em duas dessas quatro matérias. Fico imaginando a cara que ele vai fazer quando vir que o Klayton e eu estamos em quatro disciplinas dele! Vai até cansar da nossa cara! 

E o melhor dessa matéria (ou será pior?): a única coisa que eu vou ver é membranas! Hahaha. Processos de Separação por Membranas – o retorno! #KátiaSucesso! E ele consegue falar de membranas em todas as aulas dele. Não é pra menos. Fui fuçar o currículo dele e já escreveu trocentos artigos sobre o assunto. Achei até um capítulo de um livro escrito por ele (salvo engano falava de pervaporação). Mas vamos lá. Contando que eu aprendi com a Kátia, essa é a minha chance de tirar uma nota boa aqui.


The Chemical Industry and the Sustainable Development

O prof é um velhinho simpático que no primeiro dia já conversou comigo, perguntou de onde eu era e no final da aula foi me contar que já foi no Brasil, em BH... Acho que não está acostumado a dar aulas em inglês, porque toda hora pergunta para os belgas como fala alguma coisa em inglês. Vai ver é por essa dificuldade que ele chegou pra mim no final da última aula e me perguntou se eu estava conseguindo acompanhar. Claro! Principalmente quando ele começa a contar casos e a filosofar (coisas do tipo: poor people get happier with money. More than rich people). É do tipo que solta umas pérolas na aula, que eu sempre anoto: “Nobody is poor in Belgian”, “I prefer to eat bread than put alcohol in my car” ou ainda “Plastics are usually not good for the health of the bird”. Não tem como não rir! É esse tipo de coisa que geralmente me mantém acordada!


Management challenges in the Chemical Industry

Só fui ter uma aula disso depois de quase um mês. Mas é a matéria que menos fala de Engenharia! #uhu. O prof é um baixinho que me lembra um pouco o raposão, mas só na postura, porque esse parece simpático. E passou a meia hora inicial da aula contando da vida dele, que começou a trabalhar na BASF, na planta de ácido nítrico, aí foi transferido pra área de fertilizantes e chegava fedendo em casa todo dia; foi pra Exxon, depois trocou por uma empresa pequena, familiar, mas não gostou e saiu logo que acabou os seis meses que tinha que ficar lá; voltou pra BASF porque pediram pra ele voltar, já que não tinham contratado ninguém desde que ele saiu (#modesto); mudou pra uma outra empresa pequena... e a partir daí eu parei de prestar atenção. Só sei que parece uma aula de economia e agora ele sabe que eu sou brasileira e tenho certeza que vai me chamar no quadro pra fazer um exercício e eu não vou saber.

Ao chegar na segunda aula, surpresa! Cheguei atrasada, de fininho, e tinha um outro cara apresentando uns gráficos. A Elise, que já estava lá, me contou que ele também é professor da matéria e me ferrei com ele logo no primeiro dia: o representante de turma (tem isso aqui!), muito atencioso, foi passar o material pra gente acompanhar os slides e nisso chamou a atenção de metade da turma e inclusive do professor, que então foi dar um sermão pra cima de mim e do Klayton, porque a gente chega atrasado e perturba a aula. Mas a culpa foi do outro menino! No final, acho que fez as pazes com a gente: perguntou de onde éramos e ainda respondemos a uma pergunta dele (quais países compunham o chamado BRIC) #sucesso. É outro que adora contar um caso – e nunca lembra como chegou nele!


Introduction to Safety Engineering

Parece até legal, mas aguentar 4 horas seguidas num auditório com cadeiras bem desconfortáveis é difícil! E o prof ainda é gago. Mas eu tenho simpatia pela cara dele. De verdade. Dá até pena de não prestar atenção na aula dele. Quer dizer, eu até presto: uns minutinhos... só não durmo mais na aula porque faço com o Klayton, a Geruza e o Rafael, então dá pra bater papo (só que os belgas olham pra gente com cara feia). Tem sempre uns vídeos tipo videocassetadas do Faustão pra mostrar pra gente. A parte boa é que aparentemente tem sempre um convidado pra dar uma palestra nas duas primeiras horas. 


Philosophy of Technology

Não tinha mais nenhuma matéria suportável na Engenharia Química e nada legal fora dela que eu pudesse pegar (culpa do meu horário). Peguei essa pra aumentar os meus créditos, e ver um lado mais humano da engenharia, afinal isso é tão importante pra nós! Mas já me arrependi amargamente! Bom, pelo menos descobri que não nasci pra ficar divagando sobre as coisas, sem nenhum motivo aparente!


Pra mostrar mais ainda que eu não estou aqui à toa, ainda faço aula de Italiano e aprendo Dutch (aos pouquinhos...). Maar ik spreek geen nederlands.

Viram só? A vida não está fácil... No próximo post eu conto sobre o que eu estou fazendo pra ocupar o resto do horário: Projeto Olimpíadas 2016!

Ciao!


PS: para conhecer o Bart, clique aqui! https://www.kuleuven.be/wieiswie/en/person/00007540

terça-feira, 23 de outubro de 2012

#LaBelleVille

- This is unbelievable! Look at this! There's no city like this in the world. There never was. 
- You act like you've never been here before. 
- I don't get here often enough, that's the problem. Can you picture how drop dead gorgeous this city is in the rain?


É... Paris é amor à primeira vista – mesmo que a primeira vista tenha sido embaixo de chuva, com vento e frio. Ainda assim: é Paris. 

Aliás, impossível pensar na viagem de sábado e não me sentir no filme Meia Noite em Paris (Woody Allen, 2011), de onde tirei o trecho que inicia esse post. Impossível não sentir a paixão do personagem Gil pelas ruas da cidade e pelos passeios à pé durante o dia, durante a noite, com sol ou chuva. Paris é Paris. Capital da Europa? Bom, preciso antes dar uma conferida em Londres pra fazer essa afirmação.

Fato é que as poucas horas que passei na cidade e os poucos lugares que visitei foram suficientes para confirmar tudo o que dizem de Paris. Um tapa na cara da pessoa que achou que era só mais um cliché europeu. #eu

O que posso dizer da Paris de um dia? Primeiro que isso não é tempo suficiente nem mesmo para começar a conhecer a cidade! Mas vamos lá, primeiras impressões (já que certamente voltarei lá para conhecer tudo a que tenho direito).

Antes, um background: A viagem foi organizada pela universidade – o que significa um preço bom, uma diversidade de nacionalidades e, é claro, acordar muito cedo! Apesar disso, foi bom fazer uma visita guiada pela primeira vez na Europa. Na verdade, um city tour por Paris pelos principais pontos da cidade.

O tour começou por uma parte de Paris que eu não imaginava que existia: La Défense. É o centro financeiro, que fica no extremo ocidente da cidade, ao longo do Eixo histórico que começa no Louvre, segue pela Champs-Élysées, atravessa o Arco do Triunfo e segue até chegar nesse distrito. A sensação ao passar por lá é de que eu estava num daqueles filmes americanos: um jeca chegando à cidade grande. Na verdade, a uma das grandes metrópoles americanas, cercada por todos os lados de arranha-céus de vidro e aço, num grande circuito de auto-estradas.

Paris moderna!
O nome é uma homenagem àqueles que defenderam a cidade na guerra franco-prussiana em 1870. O mais interessante nesse distrito é que ele é constituído por várias gerações de prédios, que seguiam morfologias idênticas em cada época. As torres e prédios ditas de primeira geração, ou do primeiro plano, por exemplo, tinham todas a mesma base de 42 x 42 m e eram limitadas a uma altura de 100 m. As construções da segunda geração já possuem base e altura maiores, e, as de terceira geração, ao contrário, eram menores e menos largas. O interessante nisso é que o tipo de construção seguia bem o cenário vivido na época: crescimento econômico demandava expansão e edifícios mais suntuosos, enquanto em momentos de crise, tudo era mais modesto – teve inclusive uma época em que a coisa estava tão feia que não foi vendido nem um metro quadrado sequer - em um ano inteiro! #tempodevacasmagras

Próxima parada: Não. Antes de parar fizemos um passeio de ônibus pelo Eixo Histórico. Saindo de La Défense, fomos para o que eu tanto ansiava por ver: o Arco do Triunfo e a Champs-Élysées! A única coisa que lamento é não ter descido aí e ter feito todo o caminho à pé. Mas mesmo do ônibus, tudo é absolutamente encantador! Cada ângulo, cada monumento desperta memórias de uma parte da história... é como se entrássemos dentro dos livros, revivendo as conquistas de Napoleão - obviamente não há nada sobre a sua derrota (Ah, isso me lembra que no caminho passamos por Waterloo, onde as tropas de Napoleão foram finalmente derrotadas. Mas estava escuro, não deu pra ver nada...).

O símbolo das conquistas Napoleônicas.
Mas não sei o que é mais incrível, se as esculturas em si ou o fato de toda a cidade seguir sempre o mesmo estilo arquitetônico para manter a harmonia do cenário. As avenidas partem radialmente do ponto onde está o arco do triunfo e dos dois lados de cada avenida percebe-se uma simetria incrível! 

Tudo tão simétrico! Parece desenhado.
E a Champs-Élysées... Ah! La plus belle avenue du monde!. Provavelmente um dos ares mais caros de se respirar! Dá até vontade de virar madame/perua só pra poder andar por aquelas lojas, carregadas de sacolas! Ok, o meu motorista poderia carregar. #sonharnãocustanada. Quando eu voltar em Paris vou parar lá só pra tomar um café, olhando pro nada!

Passeando pela avenida, passamos pelo Grand e Petit Palais e chegamos à Place de la Concorde, onde fica o Pirulito da Praça Sete Obelisco de Luxor (egípcio) e ao Jardin de Touleries. Uma passadinha rápida pela igreja de St. Etienne e pela Galeria Lafayete e voilà, estamos na Tour Eiffel.

O único lugar na Galerie Lafayette onde eu talvez consiga comprar alguma coisa!
La Tour!

Particularmente não é um dos meus pontos turísticos de Paris, mas é bonita. Mais ainda, eu diria, quando se passa por baixo dela e vemos toda aquela estrutura. De noite dizem que é maravilhosa e que a vista lá de cima não se descreve, mas isso ficou pra próxima viagem a Paris.

Acho a torre muito mais bonita desse ponto de vista. Detalhe pra pose do japa!
O Champ de Mars, que fica entre a torre e a L´École Militaire foi a nossa parada pra tirar foto com a torre. Mas o mais legal era a quantidade de noivos que estavam lá tirando fotos! Sério, estava chovendo, a grama enlameada e aquele monte de vestidos de noiva branquinhos!!! #nãocombina. Mas lindo, realmente lindo. Como tudo em Paris. (Tirando a pequena favelinha que o guia do ônibus fez questão de mostrar. Achei legal da parte dele mostrar que nem tudo são flores lá.)

Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, faça sol ou faça chuva.
Da Tour Eiffel fomos finalmente para a parada definitiva: o subsolo do Museu do Louvre! Oui, oui! Foi daí que todos partiram para as suas poucas horas de turismo em Paris. Como o tempo era pouco, nem cogitamos entrar no Louvre – pretendo reservar ainda um dia inteiro pra ver tudo o que tenho direito! Só tiramos fotos de lá (antes e depois do passeio, fotos que podem ser diferenciadas facilmente pela cor do céu!).

De volta ao Código da Vinci?
Visitamos algumas lojas de souvenirs, comparamos preços e não compramos nada! Mentira, um cartão postal! A verdade é que deixamos pra fazer compras no final, só que não deu tempo. Anyway, andamos pela cidade, em direção à Cathédrale Notre-Dame de Paris. Eu detesto chuva, né? Mas era Paris! Prédios, pontes, Rio Sena… e ao chegar à Catedral, wow. A única coisa que se assemelhava a ela, pra mim, era a catedral de Bruges, mas como estou escrevendo esse post depois de tê-la visitado novamente, não posso mais dizer isso.

Um passeio pelo Sena?

Eis a Catedral!

A dona tava alimentando os pombos na frente da igreja. Ela me lembra a velhinha do parque em Esqueceram de Mim (aquele no Natal em NYC)
O interior da Catedral.
Passei um bom tempo na catedral – e nem havia como ser diferente! Afinal de contas, é um dos grandes marcos de Paris, da história da França, do Catolicismo e é o cenário de um dos romances mais famosos de Victor Hugo: O corcunda de Notre-Dame – a história do quasídomo sineiro da catedral, que habitava em uma das torres e que se apaixona por uma cigana, Esmeralda. Sendo completamente sincera, era o único filme da Disney que eu não gostava – talvez porque a história fosse muito triste. A verdade é que quando criança era impossível perceber o quão profunda é história desse homem, com feições deformadas e membros distorcidos, mas que, mesmo humilhado, é sensível às manifestações de beleza em todas as suas nuances. #profundo

Depois de muitas horas na Catedral, e com o nosso tempo já se esgotando, desistimos da ideia de ir para a Champs-Élysées e fomos então para o Pantheon. Novamente: Wow! Logo depois de passar pela Sorbonne, viramos a esquina e Voilá! Me senti no Código da Vinci, reparando em todos os detalhes do exterior do prédio. Eu queria entrar, mas achei que não valia à pena com o pouco tempo que tínhamos (além disso, com a ID da Bélgica eu posso entrar lá de graça! – mas ainda não tenho...). Qual o motivo do meu encanto pelo Pantheon? Ele é simplesmente monumental! E a sua estrutura, seguindo o estilo neoclássico, se destaca nos arredores e impressiona pela representação da pureza e dos valores gregos. Mas vou cortar por aqui essa parte, porque espero escrever mais sobre ele outro dia!

"Aux grands hommes, la patrie reconnaissante.", homenagem à pátria francesa e aos heróis aí enterrados.

Mas não é que saindo do Pantheon, o sol resolveu dar o ar da graça? E Paris se iluminou! #brega. Pra completar o passeio por aqueles lados, demos uma passadinha no Jardin du Luxembourg. Só um jardim. #sóquenão. É o maior parque aberto ao público na cidade e onde fica o Palácio de Luxemburgo, sede do senado – na verdade, só virou senado depois da Revolução Francesa; antes era a residência real, tendo sido construído em 1600 e qualquer coisa pela rainha D. Maria de Médices. Hora de tirar muitas fotos e aproveitar aquele cenário de outono ensolarado, depois de um dia de chuva!


Here comes the sun!

Cadeiras estrategicamente posicionadas.
Depois disso tudo, só sobrou tempo pra voltar correndo para o nosso ponto de encontro. O jeito foi voltar ao Louvre e tirar mais fotos! Mas Paris ficou com um gostinho de quero muito mais. Aguardem!



That Paris exists and anyone could choose to live anywhere else in the world will always be a mystery to me.

domingo, 14 de outubro de 2012

#60days

É... já se foram 60 dias. Quem diria, né? Se é que isso é possível, diria que foram mais rápidos que os primeiros. Talvez tenha sido o início da rotina na Universidade – acordando cedo todos os dias, tendo dificuldade de me manter acordada em muitas das aulas! Faltam os amigos de sempre pra fazer social, comentar dos colegas, dos professores... reclamar do tempo e da vida! Faltam as lembranças engraçadas, as imitações, os cafés com pães de queijo dos intervalos. Faltam as caronas e as manhãs de sexta alegres com o comboio, faltam as implicâncias e as brigas pelo lugar na sala (já fiquei sabendo que não está sendo respeitado!). Mais difícil que a falta de tudo isso é saber que, ao voltar, nada disso será o mesmo. Em mais 60 dias já ‘estaremos’ formados. Cada um seguindo o seu rumo - ainda que, pra muitos de nós, desconhecido. E ainda tem sempre a Comissão me lembrando que esse dia está cada vez mais perto!


60 dias. A distância da família foi reduzida em grande parte pelo encontro com minha mãe e com a Priscila e com as lembranças e mensagens de carinho de tantas pessoas que chegaram com elas. Mas falta ainda tanta gente! Falta o Bruno, falta a Niza, minha vó, tios, tias, primos e primas... Falta a presença deles e as emoções compartilhadas diante de novos cenários, de uma nova vida. O que será que eles sentiriam aqui? O que eu sentiria podendo ter a chance de dividir com eles todas essas coisas novas?

60 dias. 60 dias que me afastaram de coisas e pessoas tão queridas e que me deixaram tão perto de pessoas antes desconhecidas. Brasileiros, aventureiros e companheiros de Leuven. Pessoas que tornaram suportáveis momentos tão difíceis, e inesquecíveis viagens tão sonhadas. Laís e Ju, Rafael e Guilherme, Tati e Elise, Klayton e Geruza, Rodrigo e Pedro, Matheus e Rafa Legal... pessoas tão diferentes entre si. Pessoas tão diferentes de mim! Serão 120 dias ainda na companhia de vocês. Será tempo suficiente?

60 dias celebrados no Amici Miei - restaurante que marcou presença nos nossos primeiros dias em Leuven. Faltam 3 nessa foto. #ressaca

#OktoberfestEoutrasCoisas



É mãe... até parece com a Expo Abaeté. Mas a Oktoberfest é só um pouquinho diferente! E não, não estou falando da festa de Blumenau, mas sim da original! Não vou dizer que muito melhor que a do Sul do Brasil pelo simples fato de nunca ter ido lá. Não quero ter preconceitos a esse respeito! =D

O fato é que a festa é grande! E a gente começa a entender a dimensão dela quando paramos pra pensar que são duas semanas de festa e que ao chegar ao Aeroporto de Charleroi, na Bélgica (A Ryanair nos mandando para os aeroportos mais distantes!) já encontro senhores trajados tipicamente à moda alemã. Ou melhor, à moda da Bavaria, afinal de contas a festa é típica desta região.

E os alemães estavam bem animados! Alguns aqui já devem ter tido a experiência de voar com a Ryanair e ouvir aquela musiquinha animada da hora de acordar no acampamento toda vez que o avião chega no horário previsto, né? Bom, no meu caso, chegou bem antes. 45 minutos! Ok, pra mim foi ótimo porque peguei o ônibus de Memmingam pra Munique (mais um aeroporto longe...) mais cedo, mas agora já faço uma ideia de onde vem o super-recorde da Ryanair com mais de 90% dos voos no horário. #FuiIrônica?

Mas eu contava dos alemães, certo? Eles ficaram numa animação quando a música tocou! E eu ainda peguei o mesmo ônibus que o grupo que estava a caráter – e que por sinal já estavam vestindo também o estômago, se é que me entendem. Cena 1: Gabi tentando dormir e alemães conversando alto. Em alemão. Cena 2: Gabi coloca os fones e tenta dormir e os alemães começam a gritar a comissária de bordo pedindo cervejas. Cena 3: Gabi super zen e leva um peteleco de um alemão! Que por acaso veio me pedir desculpas e puxou papo. PS: eu com sono consigo ser tão simpática! #ahan. Final da história: me prometeram uma cerveja se me encontrassem na festa. Óbvio que cortei o barato deles dizendo que não bebia. Ganhei a promessa de uma Coca-Cola que nunca chegou. #ÉpocaDeEleição.

Enfim! Cheguei a Haupbahnhof, estação de trem de Munique, e fui para o hotel na esperança de em poucos minutos encontrar o resto da família – o que veio a acontecer 6 horas depois! Houve algum problema no trajeto entre Paris e Munique (alguma coisa na linha perto de Sttutgart) que fez com que eles se atrasassem um pouquinho. Passei 6 horas tirando o atraso da TV. Ah, que saudade eu tava de uma televisão! Mas nesse dia ela passou todinha, porque só tinha a CNN pra assistir. Era isso ou um canal em alemão. Fiquei por dentro de todas as notícias internacionais. E o bom é que fixou bem na cabeça, já que a cada meia hora eles repetiam tudo. 

Cortemos a parte do encontro (que enfim aconteceu) e passemos ao primeiro dia em Munique. Fomos todos animados, né! Uhu, Oktoberfest! E o clima da cidade realmente deixa a gente assim. Pessoas vestidas tipicamente por todos os lados, animadas, e de quebra o clima estava bom.

 A chegada na Oktober! A gente e o encosto ali do lado. #thiagofeelings

Chegamos no lugar da festa e, como eu estava morrendo de fome (afinal tinha esperado por horas no hotel), fomos procurar comida. Encontrei uma super baguete com uma mega salsicha de 50 cm!!! Era tão grande que sobrava dos dois lados da baguete! O suficiente pra matar a minha fome (por um tempo). 

Os outros estavam mais interessados na cerveja, né? Agora, imaginem o desespero do André ao saber que não se vendia cerveja fora das tendas grandes? Bom, até esse momento ele não estava desesperado – ficou mesmo foi quando viu que cada tenda tinha uma fila quilométrica e que demorava horas até uma pessoa entrar. E ainda por cima, entrava quem o ‘porteiro’ queria! Hehe! Oktoberfest sem cerveja! As pessoas não ficaram felizes com isso... Ainda bem que encontramos um ‘botequinho’ lotado bem na entrada da festa, com copos grandes de cerveja pra aliviar um pouco da sede deles...

Oh dó...

Mas no fim rolou uma cervejinha e a cara deles melhorou um pouco.

No dia seguinte, a Priscila e o André, traumatizados com a noite anterior, pagaram uma pequena fortuna pra reservar um lugarzinho em uma dessas tendas. Pelo estado que chegaram no hotel horas depois acho que valeu à pena! Enquanto isso... Eu a mamãe passeamos pela cidade! Seria lindo, não fosse a chuva e o frio que nos pegaram desprevenidas pelo caminho! Talvez isso tenha me feito olhar pela cidade com outros olhos e não encontrar tantas belezas como eu esperava. Ok, tem prédios antigos e bonitos – mas como em toda a Europa!

Só destaco três coisas. Na verdade quatro. A primeira delas é a Karlsplatz – que acreditávamos ser a Marienplatz. Tem uma fonte muito bacana no centro, uma construção gótica na rua da frente e uma espécie de portal. 

Passar por aí com chuva foi outra história...

Arco do Triunfo do Paraguai.

Catedral de Munique - Frauenkirche. É também chamada de Cathedral of Our Dear Lady e é um dos símbolos de Munique. De fora é uma construção que impressiona muito e é bem diferente do estilo de igreja que eu estava acostumada. É construída com tijolos vermelhos em um estilo chamado por alguns de gótico tardio, e sem tantos ornamentos, como é de costume na arquitetura gótica. Foi levantada em 20 anos, o que para a época é considerado um tempo récorde. As fotos com certeza não fazem jus à sua beleza – mas nessa hora a chuva já havia começado e como a região é bem cercada de lojas e restaurantes, além de árvores, é bem difícil se conseguir um bom ângulo para fotografá-la. Uma pena mesmo é não ter subido em uma das torres de 100 metros de altura. A vista de lá deve ser fantástica!

A Catedral. Mas por dentro não era grande coisa.

Max-Joseph-Platz. Chegamos aqui depois de um temporal que atingiu a cidade (fomos protegidas pela marquise de uma loja de diamantes enquanto os guarda-sóis do café ao lado eram arremessados ao léu). Verdade seja dita: só chegamos aí porque também achamos que essa era a Marienplatz. Mais uma vez enganadas! Mas pelo menos tinha alguns prédios bacanas – que, por causa da chuva, só vimos de longe: O Teatro Nacional e o Munich Residenz, ou simplesmente o antigo palácio da monarquia da Bavaria. Pouca coisa, né? Mas estava em reforma - como tudo mais na Europa. Queria saber é onde está a crise. #prontofalei. Complementando: a praça leva o nome e tem um monumento em homenagem ao rei Maximilian Joseph (1799-1825).


Max-Joseph-Platz e muita chuva.

Enfim, Marienplatz! Ok, depois de tanta caminhada e falsos encontros da praça, confesso que fiquei decepcionada. Ou talvez fosse simplesmente o fato de estar andando na chuva, com frio e sem sombrinha, não sei dizer. Mas a praça é até bacana – só não tivemos a oportunidade de conhecer os vários pontos turísticos que o mapa apontava nessa região. Ela é conhecida por ter sido e ainda ser o centro de Munique, onde durante muitos anos foram realizados diversos eventos e até mesmo execuções. No centro há um monumento que celebra o fim da ocupação sueca no século XVII e no canto esquerdo da foto abaixo está a Old Town Hall. Essa aí sofreu, viu: foi destruída por um incêndio, reconstruída em estilo gótico, destruída novamente na Segunda Guerra e, enfim, reconstruída mais uma vez, agora seguindo o seu plano original.

Marienplatz

Felizes e molhadas...

New Town Hall - sede do governo municipal, construída em estilo gótico no século XX.

Mas não é que o fim do dia nos surpreendeu? Priscila e André conseguiram sair da cama e voltaram com a gente pra Oktoberfest. Como já era domingo e último dia de festa, grande parte dos turistas já havia voltado pra casa, então já estava bem mais vazio (mas ainda assim não estava vazio!!!). Isso significa que, às 22h, conseguimos entrar em uma das tendas, que estava cheia e animada, com uma decoração sensacional e todo mundo cantando em cima das mesas! Sério: nem precisava beber pra sentir a emoção de estar ali. É de tirar o fôlego e esquecer tudo o mais o que estiver na cabeça! Os 60 minutos que passei lá dentro (já que a festa acabava às 23h) foram suficientes para sentir que a Oktoberfest é sim tudo o que dizem por aí. E olha que eu não bebo!

Só com panorâmica pra mostrar o que é isso!

Deixando o álcool um pouco de lado, bora falar do cenário mais lindo que vi até agora na Europa? Sim, superou Zaanse Schans, na Holanda, porque na verdade parece mais um cenário de conto de fadas! Parece não, é! Afinal de contas, foi daí que surgiu a inspiração para o castelo da Bela Adormecida. #disneyfacts

Lá na Estação, logo de manhã...

Era uma vez uma cidadezinha chamada Füsen, no sudoeste da Baviera e há pouquíssimos quilômetros de Áustria. Nessa cidade, todos os dias, desembarcam milhares de turistas com um único objetivo: conhecer o Castelo de Neuschwanstein 

Olha ele lá em cima! Só uma caminhadinha... pelo meio da floresta! #brancadeneve

O castelo foi construído no século XIX por Ludwig II, da Baviera, e inspirado na obra do compositor Richard Wagner. O próprio nome do castelo remete a uma das obras do compositor, Lohengrin, o Cavaleiro Cisne – cisne, aliás, que era uma obsessão de Ludwig. Por todo o castelo é possível encontrar referências ao animal, desde pinturas até esculturas nas maçanetas das portas.

Mas Ludwig era um personagem intrigante... isso pra não dizer que era julgado por muitos como louco. Mas onde uns dizem louco, outros dizem avançado para o seu tempo. Era ainda século XIX e já tinha água corrente abastecendo o seu castelo, que vinha direto de uma fonte de uma das magníficas montanhas que circundavam o castelo. E tinha ainda um dos poucos aparelhos telefônicos da época, em linha direta com o correio da cidade e com o outro castelo (de menor porte e bem próximo de lá – infelizmente faltou tempo para visita-lo). Mas era também um tanto excêntrico. Imaginem só que mandou construir em um dos corredores do castelo uma gruta artificial! Isso mesmo! Com estalagmites e estalactites e tudo mais a que se tem direito! É uma das coisas mais bizarras que eu já vi: saindo de uma sala com grande ostentação e repleta de pinturas que remetem a lendas alemãs e muitas das obras de Wagner e, de repente, atrás de uma porta encontramos uma gruta. Absurdamente realista! E que dá acesso a mais uma sala digna de um palácio real! #mundoestranho.

Louco ou não, Ludwig torna toda a história em torno do seu castelo ainda mais mágica e curiosa. Ao invés de contratar um arquiteto para a construção do seu castelo, chamou um especialista em cenários teatrais. O pior da história é que ele não pôde aproveitar nada disso. A própria sala do trono nunca chegou a ter um trono! Ludwig morreu antes que ele ficasse pronto. É até mesmo triste. Dedicou todo o seu patrimônio e anos de sua vida nesse mega empreendimento e só chegou a morar nele (ainda que inacabado) por pouco mais de 170 dias. Em 1886, foi declarado insano pela Comissão de Estado liderada por seu médico psiquiátrica, e aprisionado em seu castelo. Pouco depois foi encontrado morto nas margens de um lago, juntamente com o seu médico, em circunstâncias desconhecidas.

História fascinante e um cenário de tirar o fôlego. É isso que espera pelos turistas em Neuschwanstein. Mais do que recomendado! Como não é permitido tirar fotos dentro do castelo, apreciem o seu exterior. Até mais ver!

Chegamos! Cansados, mas chegamos!

Olha um pedaço dele aí! Em reforma, pra variar.

Montanhas ao lado.

Muitas montanhas!

E uma vista até bonitinha. E lá atrás está o bendito lago.

O máximo que posso mostrar do pátio interno do castelo. Pra ver mais, só indo até lá!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

#LáEdeVoltaOutraVez

Amsterdam! Não disse que eu voltava? E dessa vez mais do que bem acompanhada! Ops! Coleguinhas que foram comigo pra Amsterdam na primeira vez: não me levem a mal, mas a companhia nem se compara! Muito bom encontrar minha mãe e a Pri (tá, até o André) nessa viagem! Só faltou o Bruno pra família estar completa!


A casa das três mulheres. =)

Mas a viagem começou mal, né! #pravariar. Nunca achei que o meu bom senso de direção (sem ironias) um dia iria me atrapalhar. Meus sinceros agradecimentos ao booking.com que fez o favor de localizar o hotel no lado errado do Vondelpark e me fazer ficar andando feito barata tonta por Amsterdam à noite, cansada, com fome e com frio. #dramaqueen. Felizmente, cheguei sã e salva - pelo simples fato de não saber mais pra onde ir e querer dar uma espiada do outro lado do parque.

Mas cheguei! Encontrei todo mundo, levei chocolate (não se acostumem com isso), contei as novidades, levei bronca por estar gastando todo o dinheiro da Dilma (questão de sobrevivência! #BolsaInvernoJá). E como cheguei em Amsterdam já tarde na sexta (alguém tem que estudar, né?!), só deu tempo de dar um voltinha pela Leidseplein e jantar.

Antes do buteco fechar.

Depois de uma tentativa frustrada de ir jantar num restaurante mexicano (um absurdo! Super cedo e já iam fechar a cozinha!), fomos parar em um restaurante argentino, convidados por um garçom chileno que estava na porta e que chamou o gerente brasileiro para nos atender. Êta mundo globalizado! #dilmafeelings. A melhor carne que eu comi desde que cheguei na Europa! (não que eu tenha experimentado muitas...) E ainda de quebra levamos a simpatia do gerente Leonardo e fechamos o bar. Na verdade, o bar fechou e nós entramos! Como cortesia da casa, ganhamos umas três rodadas de cerveja depois que o restaurante foi fechado e ficamos numa roda com os funcionários do restaurante. Gente de todo o mundo. E ficamos lá por horas conversando, falando da vida de cada um. E o pessoal começava a ir embora, mas a gente continuava lá... Gente folgada, né?!

No dia seguinte, o grupo se dividiu: André, Daura e Júlio foram se perder tentando achar a loja da Harley Davidson, enquanto Priscila, Mommy e eu fomos caminhar pela cidade, tirando mais um milhão de fotos! A cada 20 metros era uma foto diferente (mas com o cenário praticamente igual!).

Irmãs gêmeas!


A ideia era ir ao Museu da Anne Frank (que elogiei bastante no post sobre Amsterdam), mas havia uma fila quilométrica pra entrar, então deixamos pra fazer isso mais tarde. E continuamos nossa caminhada pela cidade, comprando gorros, luvas (afinal, estava um frio do capeta!!!), visitando shoppings caros... até chegarmos na Damplein, onde fica o Palácio Real (que estava fechado), uma igreja, o museu de cera Madame Tussauds e um monumento qualquer. Foi nessa praça que marcamos de encontrar o resto do grupo. Sério que queríamos nos encontrar no meio daquele mundaréu de turistas? Oh inocência! Mas no fim deu tudo certo.

Depois de várias tentativas frustradas minhas pra tirar uma foto das três, uma turista se ofereceu pra fazer isso! Gracinha!

Voltamos no Museu da Anne Frank (eu fiquei do lado de fora e economizei 9 euros #yes!) e fizemos nossa longa caminhada de volta ao hotel. À noite, vinho e cervejas na Leidseplein e Spare ribs!!!Eat as much as you can”! Já tinha ido lá na vez passada, então resolvi levar todo mundo pra encher a pança! E como comemos costelas! O suficiente pra não querer vê-las pelos próximos meses!


Comeu tudo!

Pra ajudar na digestão, que tal uma visita à Red Light Street? A ideia nem foi minha, só servi de guia turística. Já até prevejo gente reclamando que eu falei que era perto e que dava pra ir à pé. E deu! Não tenho culpa se andavam devagar e se demoramos uns 40 minutos pra ir e 40 pra voltar! Anyway... nas palavras da Priscila esse foi com certeza o passeio mais bizarro que ela já fez na vida. É, foi o meu também (da primeira vez que fui). E minha mãe só conseguia sentir pena das ‘meninas’ e se perguntava por que elas não pegavam uma trouxa de roupa pra lavar. Bom, provavelmente porque todo mundo usa lavanderia aqui na Europa! No photos here!

E o cenário mais bucólico? Esse foi em Zaanse Schans! Lembram-se que disse que passamos lá apenas 30 minutos na minha primeira visita a Amsterdam? Dessa vez me assegurei de que teríamos mais tempo. E olha que valeu a pena viu! Dessa vez não foi só ver os moinhos de longe e tirar fotos, mas pudemos entrar em alguns deles e visitar fábricas de queijos (e degustá-los!!!) e dos famosos tamancos holandeses.

 A moça bem que explicou, mas eu já sabia tudo sobre queijos! Homenagem ao grupo de LOP!

Você tem um estilo de se calçar. A Holanda tem todos! .

São bem interessantes e as pinturas são bonitas, mas só mesmo com muitas meias para se usar esses sapatos! E são bem tradicionais na Holanda. No museu que visitamos, havia sapatos para todas as ocasiões: para o trabalho, para a igreja, sapatos para se usar no domingo e tamancos especiais para casamentos! O tamanco é feito a partir de um pedaço de madeira macia e, tradicionalmente, era fabricado à mão, mas com as máquinas tudo ficou mais fácil. Elas funcionam mais ou menos como uma máquina de xerox, copiando o modelo de um sapato já pronto. Enquanto estávamos no museu, pudemos acompanhar a explicação de como os sapatos eram feitos. Infelizmente, o vídeo é muito grande, então não dá pra colocar aqui! =(

Mas a visita não para por aí! Próxima parada: Heineken Experience! Aí as pessoas podem estar se perguntando: o que eu fui fazer num museu de cerveja? Bom, tirando a parte da cerveja é até bem legal. Até lembrei que estudo Engenharia Química!

Taí uma parte legal de Engenharia Química! Um fluxograma interativo!

E posso até não beber, mas agora tenho um certificado de “I can draught the perfect Heineken!” (Eu posso servir uma Heineken perfeita!). Não que isso sirva de alguma coisa... Mas muito bacana o museu e sou obrigada a dizer que vale os 15 euros que paguei. Ainda mais pra quem bebe. E ainda tem um passeio de barco até a loja da Heineken para buscar um super brinde do museu! Ok, o passeio de barco é monótomo e chatíssimo e o brinde é um abridor de garrafas. Mas valeu a experiência. No mais, meu último dia em Amsterdam terminou num restaurante italiano barato.

Gabi sucesso!

Mais notícias em breve... agora com a família na Oktoberfest!