E cá estou novamente, com certo
atraso, eu sei. Este deveria ser o post de 5 meses, dedicado a relembrar o que
fiz no último mês... mas é também o mês da despedida. Então, vamos de início da
contagem regressiva: faltam 24 dias! (se eu não mudar a data da minha passagem
de retorno).
24 dias que passarão voando, pois
afinal chegou a hora de estudar – e isso explica o subtítulo deste post: mais
do que falar dos meus últimos dias aqui, vou reclamar que passarei por eles
estudando.
Pois é, enquanto todo mundo no
Brasil está curtindo as férias e postando fotos na praia, eu estou aqui, dentro
de casa, receosa de sair e enfrentar os muitos graus negativos lá fora (#drama,
chegou no mínimo a -9ºC), e tentando decorar tudo o que foi dado em um
semestre. Das minhas 7 matérias! #loucura
Quem geralmente conversa comigo
sabe como eu odiei o sistema de ensino belga. De verdade, é insano! Pra começar,
as aulas são aquelas coisas chatas e monótonas: professor apresenta seus
slides, alunos escutam, belgas anotam cada hora que o professor respira e
pronto. Próxima! Nada de perguntas, nada de interação. É o professor SOBRENOME
no palco e os alunos na plateia. E passa assim o semestre todo. Até que chega
janeiro! Ahhh, no sistema louco deles, é tudo ou nada: você faz uma prova e
pronto. #belgaspiram
Quem diria, não é mesmo? Eu
reclamando por falta de provas. Mas acho que qualquer pessoa minimamente racional
há de convir que jogar toda a sua sorte numa única tacada é missão suicida. E
pra ‘melhorar’: as provas são orais. Vai lá, mostrar na cara do professor que
você não é uma toupeira e que aprendeu tudo. E repito: TUDO!
Não bastava a avaliação ser única,
o sistema ainda não mede a capacidade de raciocínio do aluno, só a memória. Foi
essa a conclusão que eu tive diante dos dois primeiros exames que fiz: Em Air Pollution and Control, por exemplo, por que dar uma situação hipotética e
perguntar ao aluno que tipo de equipamento ele usaria e o porquê se você pode
perguntar sobre o funcionamento detalhado de um tubo de Pitot? Realmente, foi
pra isso que eu estudei. #soquenão E esperam que você saiba fórmulas by heart e valores de coeficientes, mesmo que sejam empíricos! Tá
explicado porque todos os belgas estão pirados nesse mês, te desejaram good exams ao invés de happy new year e ficam na porta da
biblioteca fazendo fila antes dela abrir!!! Pior que fila do Magazine Luiza em
dia de Saldão da Madrugada.
E os brasileiros no meio disso
tudo? Estudando, reclamando e surtando. Se para os belgas, que já estão acostumados
com isso, é difícil, imagine para os estrangeiros, que têm que fazer prova numa
língua que não é a deles, num sistema diferente do que estão acostumados,
sofrendo com as intempéries e sem o apoio de família e amigos por perto. Alguns
conseguem tirar de letra, já outros... estão morrendo de saudade da faculdade
do Brasil!
Do meu lado, posso dizer que já passei
por duas provas, com três professores diferentes. Um se revelou um lobo em
pelo de cordeiro (#malditoTom), o outro me fez apresentar um seminário
exclusivo e me surpreendeu com algumas perguntinhas (#malditoBSC) e o Bart, que
eu achava que seria do tipo Snape, foi simpático, acreditam? Quando
terminamos a prova, me perguntou o que eu tinha achado, se tinha mais
provas... Virei pra ele e
disse: “Yes, six more, and three of them with you again!” “Oh, you are taking
all my courses… Well, I’m sorry to make you study in January. And Good
Luck!” #vouprecisar.
Tendo já reclamado bastante, hora
de partir, pois 5 outras provas me esperam pelo caminho. E se os próprios
belgas ficam espantados com esse número é porque a coisa tá feia.
E que o próximo post seja intitulado
#sobrevivi! #heroisdoBBBquenada
CREPI (al lupo)!